Estrutura de Capital

Todo gasto tem uma fonte de recursos. Não importa se estamos tratando de empresas ou indivíduos. Por exemplo, quando uma pessoa compra um carro, ela pode usar recursos próprios ou solicitar um empréstimo ao banco. O mesmo vale para uma empresa: para um determinado investimento, há diferentes fontes de recursos.

As informações sobre a fonte dos recursos são tão importantes quanto sua destinação.

  • Com a informação de destino dos investimentos sabemos o potencial de rendimento no futuro, por exemplo: uma empresa de aluguel de carros ao investir em sua frota adquire um potencial de ganho no futuro.
  • Ao mesmo tempo, essa mesma empresa ao definir a fonte dos recursos usados para a compra da frota informa os potencias custos envolvidos nesse investimento, como taxas de juros, prazos etc.

São diversos os investimentos e gastos feitos por uma empresa (publicidade, expansão, pesquisa e desenvolvimento, aquisições e fusões) e todos requerem recursos financeiros por parte da empresa. Em finanças corporativas denominamos os recursos necessários para os investimentos da empresa de Capital.

Desta forma, o capital é basicamente o dinheiro disponível para a empresa. No entanto, os recursos podem ter diferentes fontes. O modo como uma empresa distribui suas fontes de recursos entre capital de terceiros (dívidas) ou capital próprio é denominado Estrutura de Capital. Portanto, a estrutura de capital de uma empresa mostra como seus ativos são financiados. Organizando essa estrutura em uma análise contábil temos os destinos dos recursos no Ativo do Balanço patrimonial e as fontes destes recursos organizadas no Passivo, conforme ilustrado a seguir.

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Quando uma empresa financia suas operações abrindo ou aumentando capital para um investidor (emitindo ações preferenciais ou ações ordinárias) ela está elevando a proporção de capital próprio (dinheiro dos acionistas/donos da empresa).

Todavia, o proprietário pode optar por financiar a empresa através de dívida e manter o controle sobre a empresa. Nesse caso, a dívida assume a forma de emissão de obrigações por parte da empresa, podendo ser um empréstimo de longo prazo ou dívida de curto prazo.

Definir a estrutura de capital de uma empresa não é uma tarefa trivial, pois cada fonte de recursos tem suas peculiaridades e consequências sobre os custos e risco da empresa. Existem custos com financiamento dos investimentos, sejam eles feitos com dívida ou capital próprio.

Com financiamento com capital de terceiros, o empresário eleva o custo da dívida e assim também aumenta parte do risco envolvido com essa dívida. Dívidas geram custos insensíveis a crises e, dessa forma, produzem custos “fixos”, independentemente do momento da empresa. Portanto, o mercado tende a enxergar uma empresa muito endividada como uma empresa mais arriscada. Isso gera uma relação positiva entre nível de endividamento e juros de empréstimos futuros. Logo, quanto mais endividada maior tende a ser o custo do capital de terceiros (dívida).

Por outro lado o capital próprio também tem suas peculiaridades, sendo a principal o seu custo. Sim, o capital próprio também tem custos e, inclusive, são amplamente reconhecidos como superiores aos custos de capital de terceiros. Além disso, no caso da emissão de ações um empresário reduz sua participação na empresa e, consequentemente, sua liberdade sobre as decisões e redução do volume financeiro de ganho sobre as operações.

Dito isto, para exemplificar melhor, suponha que uma empresa seja financiada da seguinte forma: 70% em dívida e 30% por ações. Nesse exemplo a empresa tem um índice de endividamento de 70%, também conhecido por alavancagem. Essa relação dada pela estrutura de capital é muito importante para a empresa poder gerenciar suas dívidas e seus financiamentos de capital próprio. Além disso, essa relação informa ao mercado quais são os custos de capital associados a empresa, de modo a possibilitar que investidores identifiquem se a empresa atende suas exigências e é atraente para potenciais investimentos.

Em resumo a estrutura de capital é o modo como a empresa distribui suas fontes de recursos. Cada fonte tem suas características e custos. Porém, toda essa discussão provavelmente levanta a seguinte dúvida: Qual a estrutura de capital ideal para determinada empresa?

Para esclarecer essa dúvida é necessário:

  1. Entender cada um dos custos envolvidos na estrutura de capital: Custo de Capital, Custo de Capital Próprio e Custo de Capital de terceiros.
  2. Entender a relação entre cada componente.

Desta forma, o leitor está convidado acompanhar a exposição completa do tópico acessando os demais estudos publicados no site.

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