Inteligência Geográfica – O que é isso?

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Inteligência Geográfica – O que é isso?

Passamos por uma intensa revolução tecnológica no setor de geo-informação, com criações que vão deste a internet, até o GPS, sensoriamento remoto ou drones. E hoje em dia muito se fala sobre as maravilhas da Inteligência Geográfica, que faz uso dos geo-dados. Mas, afinal de contas, o que é Inteligência Geográfica, e como podemos utilizá-la de forma inteligente?

A simples combinação de camadas de informação que incorporam a distribuição geográfica, como camadas de dados com informações socioeconômicas, bases demográficas, e análise da concorrência, já é capaz de fornecer importantes insights para a tomada de decisões. A identificação de mercados para um determinado produto, com base no perfil de cliente potencial, é um bom exemplo dessa aplicação, que apenas combina camadas de informação e extrai as conclusões de interesse, como ilustrado na imagem abaixo.

 

 

Esse uso da geo-informação já é capaz de fornecer um importante direcionamento para a identificação de áreas de interesse. Mas a capacidade da Inteligência Geográfica nos permite ir muito além. Ela tem a capacidade de capturar grandes mudanças, como o impacto de políticas públicas. Avaliando o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, por exemplo, temos uma noção da dimensão da política observando os dados agregados do programa. Com o uso de inteligência geográfica – que engloba a aplicação de modelos geoestatísticos de inferência –  podemos focar e destacar padrões que não são visíveis no plano macroeconômico. A identificação dos padrões nos possibilita compreender como as partes do todo interagem, e com isso conseguimos formular estratégias a partir da priorização de pontos centrais, gerando efeitos de germinação de negócios em outras partes do todo.

Mas temos geo-dados para quaisquer regiões, para explorar ao máximo as potencialidades da Inteligência Geográfica? Infelizmente não: a disponibilidade de informações para as regiões metropolitanas é muito maior, e as áreas do interior podem ficar desfalcadas para o uso de todo o potencial dos geo-dados. Mas um uso inteligente da Inteligência Geográfica pode ser a geração de modelos para a identificação de variáveis chave que tem alta relação com a variável que se quer explicar. Com isso utilizamos as regiões metropolitanas, para as quais temos maior disponibilidade de informações, como benchmarks para a extração de insights que podem ser utilizados em áreas menos populosas, para as quais temos menos informação disponível, fornecendo direcionamento tático em ações comerciais do Varejo, por exemplo.

Análises quantitativas que incorporam geo-informação são técnicas de exploração de dados que possibilitam fazer uso de modelos geo-estatísticos de inferência. Esses modelos endereçam os principais problemas das organizações por meio da integração de dados internos das empresas e dados secundários, como as características socioeconômico demográficas. E acreditem, sob a perspectiva territorial a relação entre desempenho e risco pode ser melhor percebida. Porque o local, de fato, ainda importa!

 

Referências

Livros:

Location and Competition

Social Location Marketing

Location, Location, Location – A Plant Location and Site Selection Guide

Location Location Connectivity

Economics of Planning Policies in China: Infrastructure, Location and Cities (Regions and Cities)

Reportagens:

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,localizacao–localizacao–localizacao–imp-,1728999

https://www.thebalance.com/what-location-means-in-real-estate-1798766

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